sábado, 12 de maio de 2007

A Primeira Formação

A Treblinka nasceu da idéia inicial de Wlade Ribeiro, baixo e Sergio Belov, sax e guitarra. Convidaram Andre Urso para teclados, Ligia Gabus para a voz, Dadá para a guitarra e com eventuais colaborações de Ordep Lemos, Bateria. Essa era a banda que gravou a coletânea Rock Conexão Bahia no estúdio de Fellipe Cavaliere na Liberdade.

Abaixo, um trecho do blog associação clube do rock contando uma das estórias daqueles tempos.



http://www.accrba.com.br/pdr2005_historia.htm



“...Festival Alternativo Palco do Rock. Um dos mais expressivos festivais de rock surgido da iniciativa de músicos do estilo que reivindicavam um espaço no carnaval baiano. Em 1991 foi criada a Associação Cultural Clube do Rock com o objetivo de incentivar a cultura rocker local. Sua primeira diretoria era composta por Humberto César (Tedão), integrantre da banda Sexto Sentido, Ediomário (Tuca) da banda Razão Social e Maria Luíza, advogada e simpatizante do movimento. Muitas reuniões foram feitas com as entidades responsáveis pela organização do carnaval baiano para que as bandas de Rock tivessem seu espaço. A idéia inicial do projeto era com bandas de Rock tocando em trios elétricos, porém não obteve êxito. Em 1994, Sandra e Ray da banda Ulo Selvagem se integraram a diretoria, fazendo com que idéias novas e maduras fossem implantadas. Sandra tinha um projeto que visava a realização de um grande festival em Arembepe (praia de uma cidade próxima, Camaçari) reciclando ao grupo uma opção de obter um palco alternativo só para bandas de Rock. O projeto então foi levado ao conhecimento do Sindicato dos Músicos, e o mesmo encaminhou até a Prefeitura. Depois de muito esforço, foi aprovado na Câmara Municipal de Salvador o Projeto Alternativo Palco do Rock, criando uma categoria intitulada "bandas de Rock". Neste primeiro ano, foi realizado um concurso público desenvolvido pela Prefeitura (Emtursa), Sindicato dos Músicos e Ordem dos Músicos do Brasil na Associação Atlética da Bahia, com as bandas divididas em várias categorias: Música baiana, Samba
e Pagode, Categoria Mirim, Bandas e Fanfarras e Bandas de Rock.
A categoria "bandas de Rock" obteve inscrição de mais de 40 (quarenta) bandas para o Concurso Público obtendo espaço para 2 (duas) bandas notórias, sendo elas; Ulo Selvagem, que ficou em primeiro lugar e a The Farpa, que ficou em segundo, conquistando assim o direito de fazer duas apresentações ao lado das bandas Cravo Negro, Treblinka e Úteros em Fúria. A categoria "bandas de Rock" obteve a melhor pontuação perante às outras categorias. Ao total, foram 27 (vinte e sete) bandas de Rock classificadas para tocar no primeiro Palco do Rock, montado na Praia de Jaguaribe. Todas elas receberam um cachê que variavam entre 1.000 (mil) a 3.000 (três mil) dólares. Cerca de mais de 3.000 (três mil) pessoas compareceram diariamente. Vale ressaltar as importantes participações de personalidades neste primeiro ano: Marcos (Blackness), Toni (Chemical Death), Metal tatoo e Toni Vila Nova (The Cross ). “

TREBLINKA - Por Lívia Rangel*

Com baixo e bateria no mesmo plano que os outros instrumentos, a guitarra das bandas pós-punks optam por explorar mais os timbres que o barulho, puro e simples. Os acordes cheios e distorcidos do punk deram lugar a dedilhados leves, riffs simples, mas eficientes, e levadas que remetiam àquelas que se produzia com riqueza ímpar na psicodelia dos anos 60.
Mesmo advindo do punk, o pós-punk difere desse em vários aspectos, a começar pela temática lírica. Essa passa a ser reflexiva, ao invés de acusativa. Enquanto o punk grita contra o sistema e as mazelas de nossa sociedade, o pós-punk se retrai em seu mundo, não raro procurando em si mesmo os problemas por que passa.

Daniel Ash, guitarrista do Bauhaus, apresentava uma anti-música, emitindo sons, timbres, harmônicos e efeitos de pedal de guitarra, considerada por muitos o marco zero do gótico. Bauhaus (Kevin, Daniel e David diante dos olhos de Peter Murphy)

Aqui em terras tupiniquins, houve uma associação com esse "posterior", sendo conhecido como pós-punk (ganhando o acento gramatical da língua portuguesa). Não sem antes haver uma pequena polêmica: por conta das características próprias do estilo pós-punk, não podendo chamá-lo de punk, nem muito menos de gótico, optou-se por nomeá-lo com uma das características desse som: dark. Realmente, a predominância da obscuridade (tanto instrumental quanto temática) faz com que essa classificação não seja lá tão falsa, mas é pouco abrangente e limitada, por conta da riqueza do leque pós-punk. Dizer que Smiths ou Echo and The Bunnymen, ou ainda as brasileiras Muzak e Kafka, por exemplo, eram darks, não é de todo falso, mas passa longe de definir com propriedade o som que essas bandas apresentavam. Mais recentemente, optou-se por chamá-las de darkwave ou cold wave, que não passam de variações do ("apenas") dark.Uma banda da cena que tinha influências do pós-punk de bandas como Bauhaus e Joy Division era a Treblinka. Surgido no apagar das luzes da década, em 1989, o grupo seguia uma linha dark misturando peso, típico de bandas que os influenciavam como Metállica e Sepultura. Após ter saído da banda Elite Marginal, Artur Ribeiro, que havia ido morar em São Paulo, recebe um telefonema do seu irmão, um dos quatro músicos da família, convencendo Artur a voltar a Salvador e participar de um trabalho com ele. “Minha condição para entrar nesta banda era que a gente gravasse nosso disco” relembra o vocalista. E foi o que aconteceu. Em um ano a Treblinka, já reconhecida e bem falada na cena, lançava o primeiro LP independente da Bahia, o Indução Hipnótica, com 13 músicas. A banda, elogiada pelo jornalista Eduardo Bastos, é considerada por muitos críticos como uma das melhores bandas de rock de todos os tempos na Bahia. A banda chegou a ter uma mulher nos vocais, antes da chegada de Artur. A formação mais conhecida foi com Artur Ribeiro no vocal. Segundo o jornalista Zezão Castro, jornal A Tarde, Artur é considerado um dos raros bons letristas da geração rock 80 de Salvador. Indução Hipnótica foi gravado no bairro da Liberdade já na década de 90. Na época todos os jornais teceram críticas elogiosas ao disco, além disso, a banda foi referência durantes meses em jornais como Folha de São Paulo, Estado de São Paulo, O Globo, Correio Brasiliense, Jornal de Brasília, Zero Hora, revista Bizz; e foram citados em diversas matérias em outros estados e convidados para fazerem shows como um mega evento em Aracaju. Neste show a Treblinka dividiu palco com bandas de peso como Capital Inicial, Ira!, Barão Vermelho, entre outros para um público de aproximadamente 10 mil pessoas! O cachê foi de 3 mil dólares.
“Fomos convidados pra tocar em três shows em Brasília. Foram nos buscar no aeroporto com uma limusine Rolls Royce gigante! Em São Paulo, quando lançamos o disco, tivemos um programa de uma hora na rádio Brasil 2000 e nossa música de trabalho, Fim da Infância, tocava sempre na Transamérica e na Brasil 2000. Aqui em Salvador nossa música era ouvida em várias rádios como a Transamérica FM, Educadora FM e 96 FM”.
No lançamento do disco Indução Hipnótica, em Salvador, o Ira! tocou junto com a Treblinka em um espaço na orla (atual Fashion Club) que acabou por não suportar a quantidade de pessoas. A banda teve que produzir outro show de lançamento que também ficou superlotado. “Fizemos vários em São Paulo, Rio, Minas, Brasília, Aracaju e cidades do interior. Em Recife, Chico Science abriu um show da banda”. Para manter o som afiado a banda ensaiava diariamente em diversos estúdios da cidade, entre eles o estúdio de Nicolau Rios.
Com o lançamento do disco, o grupo caiu nas graças da mídia baiana, aparecendo pelo menos uma vez por semana em programas locais da TV Aratu (filial da Globo), da TV Itapoã (SBT) e da TVE. O jornalista Hagamenon Brito (que ficou conhecido depois de brigar com Marcelo Nova por tecer crítica sobre a banda), chegou a afirmar “esse disco (Indução Hipnótica) é o lançamento mais importante para o rock da Bahia desde o lançamento de Meu Primo Zé do Camisa de Vênus”.
Artur depois de deixar a Treblinka, participou de outra banda, a Cravo Negro junto com o guitarrista Luisão, ex-Penélope. Nesta banda gravou um disco antes de retornar a São Paulo onde permaneceu por 10 anos. O disco considerado cult para alguns críticos foi gravado no estúdio Tapwin, na Barra.


*Este texto é parte integrante do livro-reportagem “ROCK 80 EM SALVADOR:
HISTÓRIAS DE UMA DÉCADA QUE NÃO SE PERDEU”
escrito e organizado pela jornalista Lívia Rangel.
O livro ainda não foi publicado.

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Primeiros passos para o disco Indução Hipnótica


Bem galera, depois dessa coversa com Artur, ele conversou com Felipe Cavalieri e negociaram a gravação e mixagem do disco no estudio dele, não lembro os valores. Sei que Artur, Dadá e eu bancamos os custos iniciais, para começar as gravações, Felipe deu um bom desconto no preço do periodo do estudio e sempre que via a nescessidade esticava mais um pouco o periodo.


Mesmo assim essa grana era muito pouca e precisavamos de mais grana para terminar a gravação e fazer a pressagem do disco.


Foi ai que minha irmã Pitty deu a ideia de fazermos um cumpom que valesse um disco, então fizemos o cupom e todos na banda ficamos encarregados de vender uma quantidade, lembro que foi isso que ajudou a pagar as gravações, pressagem do disco e confecção da capa, que foi uma policromia feita na Bigraf, melhor gráfica da epóca.


Acima está o cupom usado na epoca, impresso num MSX Gradiente com uma impressora Elgin matricial de 80 colunas. A marca copiada por mim no MSX pixel a pixel, para quem não entende quadradinho por quadradinho.